16 de novembro de 2009
Complexo Portuário do Rio Itajaí deve encerrar o exercício com a mesma movimentação do ano passado
Falta pouco menos de uma semana para que se complete um ano da maior tragédia climática que já atingiu Santa Catarina e, em particular, o Complexo Portuário do Rio Itajaí. Foram doze meses marcados por momentos de perplexidade, desesperança, expectativa e luta, mas, sobretudo pela esperança na retomada da atividade portuária e na economia de Itajaí e região, drasticamente prejudicadas pela catástrofe. A reação já pode ser vista nos resultados das operações do complexo, conforme as estatísticas referentes ao período de janeiro a outubro de 2009.
Os números apurados nos dez primeiros meses deste ano mostram essa nova realidade do Complexo e apontam para a recuperação com celeridade. O número de atracações nos dez meses deste ano se iguala ao registrado no igual período do ano passado e o número de escalas de navios de carga geral cresceu 40%. O volume de atracações de navios full contêiner apresentou uma moderada retração, de 2%, o que condiz com a atual realidade da navegação no planeta, bem como as operações de navios reefer, que caíram 57%, seguindo a tendência global do mercado.
“Este resultado foi obtido pelo esforço da comunidade portuária, que mais uma vez soube se unir e lutar por seu sistema, com a determinação que sempre a caracterizou e que é motivo de orgulho e admiração por parte de seus clientes armadores, exportadores, importadores e portos vizinhos”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior.
O diretor comercial, Robert Grantham, diz que a nota dissonante é o Teconvi/Porto Público, que ainda não conseguiu recuperar o volume de anos anteriores, registrando apenas 199 escalas de navios full container, ante as 506 escalas registradas em igual período o ano passado, com redução de 61%. “Entretanto, apresenta aumento de 30% no número de escalas em outubro, em relação a setembro. Foram 30 atracações no último mês, ante as 23 registradas no mês anterior, impactando no crescimento de 21,32% no volume de TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados, que passou de 17,61mil em setembro, para 21,36 mil em outubro.
Com relação ao volume de carga operado no período, o Complexo de Itajaí registrou um crescimento de 2% na tonelagem movimentada em outubro, comparativamente ao mesmo mês do ano passado. “No acumulado do ano observa-se uma redução de apenas 7%, o que torna-se irrelevante no atual contexto econômico brasileiro e mundial”, acrescenta Grantham. Em TEUs observa-se crescimento de 37,94% com relação ao mês anterior [50,91 mil TEUs em setembro para 70,23 mil TEUs em outubro] e uma redução acumulada no ano de apenas 5%.
Outro dado significativo é o aproveitamento médio por escala de navio, que aumentou de 697,47 TEUs em setembro, para 816,66 TEUs em outubro, retomando praticamente os mesmos valores registrados antes da enchente de novembro passado. “Interessante observar que a despeito da crise internacional e da valorização do real, o mês de outubro marcou a recuperação dos volumes de exportação em tonelagem, levemente acima do mesmo mês do ano passado, com um aumento de 0,44% sobre o mês anterior”, afirma o diretor. Já as importações em contêineres vêm se firmando como um importante segmento, alcançando os volumes registrados nos dez primeiros meses do ano passado.
A retomada das operações no Complexo também impactou no ganho do trabalhador portuário. Embora ainda esteja aquém dos ganhos relativos ao ano passado, o montante de mão de obra pago aos trabalhadores avulsos de Itajai registrou um aumento médio mensal de 18,40% no período compreendido entre os meses de janeiro e outubro de 2009.
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