05 de outubro de 2009

Complexo Portuário do Rio Itajaí poderá adotar método de navegação praticados por portos europeus

A navegação em lama fluída pode ser uma grande alternativa para os portos estuarinos reduzirem os custos com dragagens e se encaixar na realidade do Complexo Portuário do Rio Itajaí. A possibilidade foi discutida no seminário “A dinâmica da deposição de sedimentos e navegação em lama fluida, em portos estuarinos” realizado nesta sexta-feira [02], durante no Fórum NetMarinha. O evento integra a segunda edição da Itajaí Trade Summit, feira de comércio internacional e logística que acontece de 30 de setembro a 02 de outubro, em Itajaí. A lama fluída é uma suspensão altamente concentrada de sedimentos finos com baixa densidade que possuem leve tendência de sedimentação, presente no fundo de portos situados em estuários. O capitão-de-Mar-e-Guerra Antonio Fernando Garcez Faria, diretor do Centro de Hidrografia e Navegação da Marinha, explica que a navegação em lama fluida é uma oportunidade ainda não explorada no Brasil por falta de conhecimento e investimentos em pesquisas, mas que pode possibilitar ganhos significativos de calado com custos/benefícios bastante satisfatórios. “Esse sistema já é utilizado por portos da Bélgica, Holanda, Alemanha, China e Guiana Francesa com excelentes resultados e também certamente se adequarão à realidade de Itajaí”, afirma Garcez. O especialista acrescenta que a lama fluida é vista por muitos portos como um problema, que gera constante necessidade de dragagens, mas que pode se transformar em uma solução para os portos de estuário. Para o especialista Rewert Wurpts, com mais de 40 anos de experiência e pesquisas em navegação de lama fluida nos portos europeus [com ênfase para o porto de Endem], o custo de adequação de um porto ao sistema de fluidificação de lama é muito mais baixo que investimentos em dragagens de manutenção. “É muito mais barato tratar a lama do que retirar e jogar fora”, acrescenta. Para o diretor da empresa Coastal Planning e Engineering do Brasil, Lindino Benedet, a navegação na lama fluída pode gerar um ganho de calado, no caso específico de Itajaí, entre 0,50 e 1 metro. “Mas para afirmamos um número preciso ainda são necessários muitos estudos”, complementa. O superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, destaca a importância desses estudos para o Complexo Portuário do Rio Itajaí na busca de segurança na navegação e redução de custos. “São alternativas que trazem para nossa realidade possibilidades que, certamente, são de grande valia para entendermos o comportamento dos sedimentos estuarinos, que hoje representam um problema constante com o qual convivemos”, diz. Segundo Ayres, com a compreensão dessa tecnologia a Autoridade Portuária de Itajaí vão poder buscar alternativas para que o Complexo Portuário opere mais adequadamente, com segurança, mas também com economia. Vanguarda - Rewert Wurpts destacou ainda as vantagens do método de dragagem de manutenção adotado por Itajaí [por meio de injeção de água] que o Porto de Itajaí utiliza desde 1998. “O procedimento adotado por Itajaí há mais de dez anos é largamente utilizado nos portos europeus, com mais vantagens que os métodos tradicionais”, acrescenta. “Isso mostra que estamos no caminho certo”, comemora o diretor Técnico do Porto de Itajaí, André Pimentel.

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