12 de abril de 2013

Competitividade do Complexo Portuário do Itajaí está atrelada a construção de nova bacia de evolução

Competitividade do Complexo Portuário do Itajaí está atrelada a construção de nova bacia de evolução

Os aumentos nos tamanhos dos navios que trafegam na costa brasileira, aliado às limitações dos canais de acesso e bacia de evolução do Complexo Portuário do Itajaí são vistos como fatores limitadores da atividade portuári9a como um todo em Itajaí e Navegantes. O alerta foi dado pelo superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 11.
Hoje o Complexo opera, em caráter experimental, navios com até 304 metros de comprimento. “Porém, navios full-containers com 335 metros de comprimento e 45 metros de boca já trafegam pela costa brasileira. No entanto, se Itajaí não se adaptar às especificações dos novos navios, tende a registrar um recuo superior a 25% em suas operações até o próximo ano. Essas perdas poderão chegar a 65% em 2015, uma vez que empresas armadoras sinalizam para a inclusão de embarcações com 365 metros de comprimento e 48 metros de boca no mercado brasileiro”, explica o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior.
O superintendente acrescenta que, para agravar ainda mais a situação de Itajaí e Navegantes, diversos portos do Brasil e América do Sul têm infraestrutura para operar cargueiros desse porte, inclusive os portos vizinhos de Itapoá e São Francisco do Sul. “A única alternativa que temos para continuarmos no mercado é a construção de uma nova bacia de evolução, com largura de 465 metros, mais a retificação dos canais de acesso interno e externo e obras nos molhes norte e sul”, diz Ayres, ressaltando que o governo do Estado já sinalizou com recursos para a execução da obra.

Localização – Os estudos para a construção da nova bacia de evolução vêm sendo realizados pela empresa holandesa Arcadis, com know-how internacional nesse tipo de estudo, há cerca de três anos. Envolveram simulações e modelagens matemáticas, levando em consideração a velocidades das águas e outros fatores ligados diretamente a navegação no Rio Itajaí-Açu, e a única opção de local que oferece segurança às operações de atracação é a jusante da atual bacia de evolução. Porém, envolve desapropriações de imóveis no bairro São Pedro, em Navegantes.
“Os recursos para as desapropriações e realocações das famílias instaladas no local já constam nas estimativas de custo da obra, que somam, em sua totalidade, US$ 142,47 milhões”, complementa Ayres. A estimativa de custos engloba, além das despesas de realocação de propriedade privada, custos com dragagens, taludes de proteção e outros itens relacionados a obra como um todo.
Para o engenheiro, a obra é fundamental e urgente, uma vez que já existem recursos do BNDES disponíveis e que, se não executada, vai acarretar sérias perdas para os dois municípios. “Hoje as atividades portuária e logística geram direta e indiretamente cerca de 25 mil empregos diretos nos dois municípios e o declínio da atividade gerará impactos irreversíveis”, diz.

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