09 de dezembro de 2011

Paralisação gera retração de 25% nas operações do Complexo Portuário do Itajaí em outubro

Paralisação gera retração de 25% nas operações do Complexo Portuário do Itajaí em outubro

Cais totalmente vazio, risco da evasão de armadores para outros portos catarinenses e a cifra de aproximadamente R$ 1,5 milhão por dia que a cadeia logística deixou de movimentar por 23 dias em novembro. Esse foi o impacto do conflito trabalhista entre os trabalhadores portuários avulsos da categoria de conferentes e a empresa APM Terminals Itajaí.

Com relação ao Complexo Portuário do Itajaí como um todo, a greve gerou uma retração de 25% na movimentação mensal, em comparação com igual período de 2010. Foram operadas 66,79 mil TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – medida internacional equivalente a um contêiner de 20 pés) em novembro desse ano, ante 89,5 mil TEUs no décimo primeiro mês do ano passado. Porém, se a comparação for com outubro de 2011, o impacto negativo é ainda maior: 37%. Os números foram apresentados nesta sexta-feira, durante a reunião ordinária de novembro do Conselho de Autoridade Portuária.

A movimentação acumulada dos 11 meses de 2011 continua com crescimento, embora moderado. As cargas operadas entre janeiro e novembro somaram 896,32 mil TEUs, ante 869,95 mil TEUs movimentados no igual período de 2010. O avanço foi de 3%. Já o número de atracações no Complexo retraiu 4% no período. Passou de 1.133, no ano passado, para 1.086 neste ano.

“Em relação aos navios full container de longo curso a retração foi de 2%, enquanto,o setor full container de cabotagem registrou um aumento de 79%, com a chegada das novas linhas da Mercosul Line/Log In e da Maestra”, informa o diretor Executivo do Porto de Itajaí, Robert Grantham. Ele ressalta que os navios reefer break-bulk continuam em acentuado declínio, passando de 15 escalas no ano passado para apenas nove até o mês de novembro. “Isso reflete a migração dessas cargas para os contêineres”, acrescenta.

Se analisados os terminais isoladamente, o APM Terminals Itajaí/Porto Público foram os maiores impactados pelo movimento grevista. A retração nas operações registrada em novembro, comparativamente ao mesmo período do ano passado, foi de 78%%. Foram 9,041 mil TEUs em novembro deste ano ante 40,46 mil TEUs no 11º mês do ano passado. “Se comparado a outubro, a movimentação despencou de 45,85 mil TEUs para 9,041 mil TEUs, ou seja, um declínio de 80,29%”, complementa Grantham.

A Portonave S/A – Terminais Portuários Navegantes movimentou 57,75 mil TEUs em novembro, com avanço de 18% sobre os 49,03 mil TEUs embarcados e desembarcados em novembro de 2010. Se comparada a movimentação de outubro, de 44,76 mil TEUs, o crescimento foi de 29%. “Naturalmente que esse crescimento foi fortemente influenciado pela greve que paralisou o terminal APMT, já que diversas operações foram transferidas para Navegantes. Dessa situação ficou claramente evidenciada a importância dos dois terminais especializados, pois, se por um lado a Portonave conseguiu atender alguns navios, retendo a carga e o armador em nossa região, por outro lado, também alguns navios tiveram de operar em portos vizinhos, pois a capacidade do terminal navegantino esgotou-se”, afirma o diretor.

Segundo Grantham, diante das perdas sucessivas de movimentação em setembro, por conta da enchente, e em novembro, por conta da greve, dificilmente o Complexo Portuário do Itajaí vai atingir a meta proposta no inicio do ano, de superar a marca de um milhão de TEU´s no ano de 2011.

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