30 de dezembro de 2020

Projeto de Análise de Risco Climático do Porto de Itajaí chega a sua fase final de estudos.

Projeto de Análise de Risco Climático do Porto de Itajaí chega a sua fase final de estudos.

Itajaí, 30 de Dezembro de 2020.

Superintendência do Porto de Itajaí – SPI.

Secretaria Geral de Comunicação Social – SECOM.

 

Projeto de Análise de Risco Climático do Porto de Itajaí chega a sua fase final de estudos.

Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), juntamente com outros órgãos elaboraram plano de investimentos e planejamentos na infraestrutura portuária.

 

Seguindo um cronograma de etapas desenvolvido desde março de 2018, o Porto de Itajaí, representado sempre por uma equipe de coordenadores e demais gerentes de diversos setores, entre eles, de Engenharia, Operações, Meio Ambiente e Planejamento, através de sua Superintendência (Autoridade Portuária), participou no último dia 15 de dezembro, por meio de uma Webinar (videoconferência), do último encontro dando como encerradas as etapas do Projeto de Análise de Risco Climático do Porto de Itajaí.

A videoconferência contou com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Infraestrutura (MINFRA), Ministério da Economia, INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Defesa Civil de Santa Catarina, Governo de Santa Catarina, GIZ e ANTAQ.

O Porto de Itajaí está inserido como parceiro estratégico do Governo Federal e do Governo Estadual no Projeto “Ampliação dos Serviços Climáticos para Investimentos em Infraestrutura - CSI (do inglês Enhancing Climate Services for Infrastructure Investiments).Este é um projeto global conduzido por uma comitiva através da agência alemã de Cooperação Internacional intitulado GIZ (do alemão Deutsche Gesellschaft Zusammernarbeit), que no Brasil tem a frente o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sendo inicialmente recepcionado em Santa Catarina, pela Secretaria de Estado do Planejamento, e, que no decorrer das reuniões, acabou sendo transferido para as Secretarias de Estado da Defesa Civil e de Infraestrutura.

Escolhido como o primeiro porto público no Brasil para estes estudos, o Porto de Itajaí, no decorrer das últimas décadas, sempre teve o acompanhamento direto de diversos órgãos de defesa quanto aos eventos catastróficos, ao qual acabavam impedindo sua atividade portuária devido a sérios problemas causados por enchentes, fortes enxurradas, altas vazões ao longo do cais restringindo sua navegabilidade do canal de acesso,  agitação marítima devido a incidência de ventos fortes que em muitas vezes danificar as estruturas dos molhes, intensos nevoeiros ao qual afetam a navegabilidade de embarcações aos terminais ao longo do complexo, entre outras ocorrências.

“Foi extremamente interessante termos participado desse projeto. As informações meteorológicas impactam não apenas o Porto de Itajaí, mas todo o Complexo portuário e todos aqueles que usam o rio para sua locomoção e desenvolvimento de suas atividades econômicas. As informações em tempo real quanto as condições meteorológicas, dos nossos equipamentos hidrodinâmicos, tem nos dado uma configuração de melhorias operacionais, na antecipação da mitigação de ações que devemos tomar, muitos desses problemas que tivemos no passado,  geralmente em função das grandes cheias, e, que  hoje já temos um cenário muito mais claro, mais tranquilo, não que não venham a ocorrer novamente, mas as nossas ações de mitigação e antecipação de ação estão cada vez mais presentes e nos permite um melhor gerenciamento  dos danos e possivelmente do que isso poderia vir gerar. Portanto, agradecemos por essa parceria, incialmente ao Governo do Estado em ter nos incluído, a própria GIZ em ter no escolhido em função dessas adversidades. Hoje o porto de Itajaí está inserido dentro desse piloto e de acordo com informações da ANTAQ, esse projeto deverá ser estendido pelo Ministério da Infraestrutura e implantado em outros portos pois essa situação de mudanças climáticas só nos gera problemas econômicos muito grande em toda a rota, principalmente na carga conteinerizada ”, destacou o Superintendente do Porto de Itajaí, Engº Marcelo Werner Salles.

O projeto teve como prioridade caracterizar os riscos climáticos associados aos empreendimentos e qualificar os procedimentos e parâmetros de dimensionamento de medidas de adaptação e de novas infraestruturas planejadas, de forma que se tenha infraestruturas resistentes ao clima e às mudanças climáticas, já em processo e outras que podem ser previstas. Em Itajaí, já foram realizados estudos de ameaças climáticas, como a questão das cheias e chuvas fortes. Os estudos foram desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

“É interessante perceber que das 50 medidas adaptativas recomendadas como resultado do projeto, 33 o Porto de Itajaí já adotou. Isso mostra que não estamos parados, precisamos realizar mais algumas ações, mas mais da metade delas já estamos executando, e esse projeto ajuda a justificar os investimentos em infraestrutura realizados pelo porto. Eu recomendaria para os outros portos que é muito importante realizar o planejamento de análise de riscos, para cada vez mais balizar e dar segurança para investimentos futuros e justificar investimentos em manutenção, porque a matriz de risco dá embasamento e confiabilidade nos riscos presentes da atividade portuária”, afirma o Diretor Geral de Engenharia, Guilherme Malimpensa Knoll.

Durante 25 meses de trabalhos, participaram ativamente durante os encontros, representantes e colaboradores do Governo Federal (INPE, MMA, MINFRA), ANTAQ, Secretarias do Governo do Estado de Santa Catarina, Defesa Civl de SC, APESC,ELETROSUL, Porto de Itajaí, Epagri/CIRAM, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Técnicos de Entidades de Classe do Governo do Canadá, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), empresa Fractal Engenharia, CREA/SC, BRDE, entre outros atores que elaboraram o estudo de Análise de Risco Climático do Porto de Itajaí, resultando em subsídios qualitativos sobre a importância nos investimentos e planejamentos na infraestrutura portuária. Ainda dentro do escopo do projeto, o Estado, GIZ/CSI e MMA selecionaram a avaliação de Riscos Climáticos, focada nas infraestruturas estratégicas como Linhas de Transmissão, Portos e Hidrelétricas/Barragens.

Debatido em Santa Catarina pela Defesa Civil e Secretarias de Estado da Infraestrutura e Planejamento, o projeto de Análises de Riscos foi promovido através de um convite realizado pela Cooperação Alemã GIZ (Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e foi originado pelo desenvolvimento da Plataforma Multiescalar para Análise da Qualidade dos Gastos Públicos Associados à Mudança do Clima, realizada nos anos de 2016/2017 pelo governo de SC, apresentada na COP 23, da ONU, em Bonn, Alemanha, como sistema inovador de Governança Climática, Territorial e de Políticas Públicas, aos 198 países signatários do Acordo do Clima de Paris.

“O grande aprendizado foi o diálogo entre as instituições, porque para resolver problemas complexos é preciso juntar muitas informações. O projeto é um instrumento de planejamento e tem por objetivo levantar dados referentes a riscos climáticos. Segue ainda as diretrizes do Protocolo PIEVC (Comitê de Engenharia de Estruturas Públicas Vulneráveis), cuja finalidade foi a criação de uma matriz de risco climático para o porto de Itajaí, cuja combinação entre os elementos de ameaça climática com os elementos de infraestrutura e operacionais que possam resultar na captação de dados, informações e capacidades técnicas que venham a ser úteis diretamente ao porto em suas possíveis tomadas de decisões”, aponta Ana Carolina Camara, Diretora da GIZ.

Durantes os encontros, foram abordados assuntos gerais que destacam as atividades que envolvem o porto de Itajaí e sem complexo Portuário num todo, como acessos rodoviários (terrestre), aquaviário, molhes, berços/cais, pátio de armazenamento, Píer de Atracação Turística, operações de carga e descarga, operações de navios, escoamento de contêineres, entre outros itens relevantes.

Pensando no futuro da atividade portuária local, a mudança de clima poderá ter como consequências o aumento na frequência de eventos extremos. Em Santa Catarina são previsíveis temporais, enxurradas e enchentes, com efeitos diretos em fortes correntezas ao longo do Rio Itajaí Açu, sendo um dos grandes motivos para o colapso dos berços do Porto de Itajaí nos anos de 1983/84 e 2008, mas já tratados com aplicação de medidas adaptativas. Outros fatores precisam ser considerados na atividade portuária, como o assoreamento dos rios, ventos fortes, ondas e fortes ressacas. Com base nestes estudos, o projeto CIS/GIZ priorizou sempre em amenizar todo e qualquer tipo de catástrofe climática.

O Porto de Itajaí, por ser um porto que está localizado na Foz do Itajaí Açu, e também no rio Itajaí Mirim, ao longo da sua história sofreu os efeitos climáticos relacionados com a questão das chuvas, e, consequentemente se houver um período de chuva mais acentuado, a elevação do nível dos rios aumenta sua correnteza, e eventualmente, em alguns momentos pode gerar grandes enchentes.

Trabalhador portuário há mais de 40 anos, Heder Cassiano Moritz, que atualmente é Diretor de Operações Logísticas, lembra de alguns momentos que impactaram o porto de Itajaí por não terem na época modelos de infraestruturada qualificada que suportassem diversos eventos climáticos:

“Desde 1979, nós acompanhamos as duas grandes enchentes de 1982 e 1983, que depois ao longo dos anos 90 também tivemos alguns eventos não tão fortes. Depois, em 2008, tivemos o último grande evento de maior escala. Problemas como neblina, nevoeiros, ventos, ondas, altas ressacas, entre outros eventos são sempre preocupantes para a atividade portuária. Ao longo desses anos, a área operacional do Porto não cessou suas operações. No decorrer deste longo período, sempre tivemos uma preocupação muito forte no sentido de ficar acompanhando as questões climáticas, tanto das previsões diárias, quanto as previsões climáticas para o futuro, para que a gente tivesse reais condições de avaliar o nível dos rios”, comenta.

Agora o porto de Itajaí é referência e pioneiro no país, quanto a análise de riscos climáticos, o trabalho para 2021 não vai parar, pois irá envolver a atuação direta de mais portos, que já estão sendo convidados para seus estudos climáticos, tendo como base todo o trabalho desenvolvido em Itajaí.

“Nós estamos sempre trabalhando à frente no sentido de fazer investimentos e com isso desenvolver o porto para crescer sempre mais. Aideia é exatamente ter bem claro como está se comportando nossa questão climática local e regional, o que para nós é extremamente importante, pois aí de fato podemos nos planejar, ou seja, garantido para toda a classe portuária melhores condições de trabalho”, conclui Heder.

SOBRE A GIZ:

Há mais de 50 anos Alemanha e Brasil têm trabalhado conjuntamente para o desenvolvimento sustentável. Atualmente a GIZ no Brasil emprega cerca de 140 pessoas - principalmente colaboradores nacionais.  O foco do trabalho da GIZ no Brasil são as energias renováveis e a eficiência energética, bem como a proteção e o uso sustentável da floresta tropical. Além disso, temas como desenvolvimento urbano sustentável ou oportunidades de financiamento para investimentos em prol do clima desempenham um papel cada vez mais importante. Além disso, a GIZ no Brasil implementa programas globais e regionais. Presta assessoria à Secretaria Permanente da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), um importante programa regional do BMZ e do Governo dos Países Baixos, com sede no Brasil. Programas globais sobre temas como parcerias de energia ou prevenção à corrupção completam o portfólio.

 

Mais informações:

Guilherme Malimpensa Knoll – Diretor Geral de Engenharia (DIGEN).

(47) 3341-8095 E-mail: guiknoll@portoitajai.com.br

Heder Cassiano Moritz– Diretor Geral de Operações Logísticas (DILOG).

(47) 3341- E-mail: heder@portoitajai.com.br

*Texto: Luciano Sens - Secretário Geral de Comunicação Social (SECOM)

(47) 3341-8067.

* Fotos: SECOM/SPI.

Autor: Luciano Sens

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