24 de abril de 2019

Grupo de Trabalho debate sobre o futuro da BR-101 em Itajaí.

Grupo de Trabalho debate sobre o futuro da BR-101 em Itajaí.

Nesta manhã de quarta-feira, 24, o auditório da Superintendência do Porto de Itajaí foi palco da realização de debates sobre o futuro da BR-101, no que compreende o trecho da rodovia entre Balneário Piçarras à Itajaí e ainda na região da Zona Metropolitana de Florianópolis, entre outros eixos ao longo da rodovia. O encontro foi motivado através de inciativa do Grupo de Trabalho BR101 do Futuro, criado em 2014 pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC.

O encontro acontece ao longo do dia, hoje de tarde na sede da FIESC, em Florianópolis e segue a mesma temática que foi apresentada ao público em Itajaí.  O objetivo de ambos os encontros visa contribuir com o planejamento da BR-101, garantindo maior segurança e eficiência no fluxo de veículos de passageiros e cargas, destacando ainda as melhorias de mobilidade no eixo litorâneo catarinense.

Na primeira etapa de debates realizada hoje pela manhã em Itajaí, participaram diretores da FIESC, diretores da concessionária da rodovia – Arteris Litoral Sul, Prefeitura de Itajaí, Complexo Portuário de Itajaí, lideranças políticas da região da AMFRI, representantes de Entidades de Classe de Itajaí, Policia Rodoviária Federal (PRF), secretários de infraestrutura dos municípios do entorno para discutir medidas de mitigação dos efeitos das obras e sensibilizá-los sobre a importância dos investimentos para a mobilidade do eixo litorâneo.

No primeiro ato da reunião, foi apresentando um pacote de obras e investimentos no valor de R$ 2,7 bilhões que serão aplicados em eixos de mobilidade da BR-101, incluindo trechos de Balneário Piçarras à Itapema (R$ 1,5 bilhão) e região metropolitana de Florianópolis (R$ 700 milhões), Garuva à Barra Velha e Tijucas à Governador Celso Ramos (R$ 440 milhões).

De acordo com o Presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, este pacote irá melhorar substancialmente a mobilidade da BR-101 e destaca as condições atuais de comprometimento do eixo litorâneo, que é estratégico para a logística catarinense, do Brasil e do Mercosul, “A rodovia permite o acesso aos portos catarinenses, um dos mais importantes complexos logísticos do País e da América Latina, em pleno crescimento. Além disso, é a principal via utilizada pelo intenso fluxo turístico destinado para Santa Catarina. Atualmente, a rodovia possui níveis críticos de serviço, comprometendo a mobilidade das cidades do entorno, provocando acidentes e elevando os custos logísticos”, disse.

Durante o encontro, o Diretor de Operações da Arteris e Litoral Sul, Antonio Cesar Ribas Sass, e o engenheiro Newton Gava, consultor da Arteris, apresentaram propostas do Grupo de Trabalho Paritário de Trabalho da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para melhorias nos segmentos entre Itajaí – Itapema e Zona Metropolitana de Florianópolis.

Num trecho de 55 quilômetros de extensão, que passa por Balneário Piçarras, Penha, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema, a proposta é realizar intervenções como: construção de ruas laterais, retorno em desnível, viadutos, pontes, readequação de trevos, melhoria de acesso, construção de túneis, implantação de agulha e passagem em desnível, entre outras melhorias. Esse conjunto soma aproximadamente R$ 1,5 bilhão (valor base 2017). O valor exato das obras só será possível saber no momento da conclusão dos projetos executivos correspondentes.

Para o Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, o momento de agir é agora e pelo fato de Itajaí estar situada geograficamente numa região movimentada da BR-101, a união de forças pela busca de melhorias não pode mais esperar.“ A presença de todos os envolvidos pelo futuro da BR-101 aqui hoje em Itajaí, demonstra este apelo para que tenhamos mais celeridade nos investimentos a serem aplicados. Precisamos de uma resposta imediata a fim de levar ao usuário que passa pela BR-101, em nossa cidade, ou até mesmo aqueles que estão de passagem, segurança aos usuários e da mesma forma manter uma rodovia em boas condições de infraestrutura, pois muitas serão as obras a serem instaladas em Itajaí”, destacou.

Para a classe dos trabalhadores portuários e demais profissionais que utilizam a malha rodoviária no deslocamento de cargas, o Complexo Portuário de Itajaí, assim como os demais portos de Santa Catarina, enfrentam uma realidade que por muitos anos poderia ser enfrentada com melhores condições de uso da rodovia.

“A economia do setor portuário está presente diariamente nas rodovias e a BR-101 é um exemplo muito importante para aqueles que a utilizam. A necessidade de melhorias pela mobilidade tende a aumentar e para aqueles que dependem da atividade portuária, acaba sendo muitas vezes um verdadeiro martírio para o usuário que já sofre com intensos congestionamentos devido ao tráfego pesado e a falta de infraestrutura também impacta negativamente na produção da categoria”, afirmou o Superintendente do Porto de Itajaí, Engº Marcelo Werner Salles.

O Diretor de operações sul da Arteris Litoral Sul, Antonio Cesar Ribas Saas, alertou que se nada for feito, em 2030 a rodovia estará muito mais congestionada. “É um pacote significativo de obras, mas temos um passo importante que é o apoio dos municípios para aí sim levar a proposta ao conhecimento da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, disse, lembrando que a agência está participando das reuniões em que são discutidos os investimentos por meio da coordenadoria regional, mas a proposta precisa ser analisada em Brasília. Caso seja aprovada, aí podem ser feitos os projetos executivos e, posteriormente, a execução de obras. Ribas explicou que o impacto dos investimentos na tarifa de pedágio só poderá ser calculado após a execução do projeto executivo. “É importante também que o TCU entenda que essas obras são necessárias”, completou.

O Presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar Aguiar chama a atenção ainda quanto a restrição dos investimentos governamentais em infraestrutura no País e lembra que a concessionária da rodovia tem condições de executar as melhorias. “É uma oportunidade única que deve ter o apoio de todos os catarinenses para ter a devida celeridade. O crescimento da movimentação portuária, das cidades e da economia do entorno tem sido significativo, o que poderá comprometer ainda mais a segurança e fluidez da BR-101. Precisamos mobilizar e sensibilizar a sociedade para a necessidade urgente desses investimentos”, reforça.

As obras propostas já foram analisadas tecnicamente e debatidas no âmbito do Grupo Técnico BR-101 do Futuro. Inclusive, a FIESC contratou um engenheiro que avaliou o pacote de obras e, a partir disso, a entidade apresentou contribuições. Esse conjunto de melhorias não está contemplado no contrato de concessão da Arteris Litoral Sul, concessionária da BR-101 Norte. Para executar os investimentos, é necessária a aprovação da agência reguladora e avaliação do Tribubal de Contas da União (TCU).

 

Texto: Luciano Sens – ASCOM/SPI com o apoio da FIESC.

Fotos: Rúbia Guedes (Mídia Press Comunicação) -  Assessoria de Imprensa FIESC.

Autor: Luciano Sens

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